terça-feira, 28 de dezembro de 2010

[Games em Foco] ROMhacking

Quem nunca jogou um game ou viu um filme até o final e pensou coisas como "isso podia ter sido feito de outro jeito" ou "se fosse eu, o final tinha sido outro"? Afinal, é da natureza humana modificar algo para nosso próprio proveito. E com os games, isso não poderia ter sido diferente, e sendo eles essencialmente programas de computador, modificá-los não é tão difícil para quem sabe alguma linguagem de programação. Surgiu, assim, o ROMhacking.

Mas o que é ROMhacking?
Traduções, como essa de Chrono Trigger, são a forma mais comum de ROMhacking


É toda e qualquer modificação feita num jogo. Existem, basicamente, três tipos de ROMhacking:
- Tradução: jogos que nunca saíram do Japão ou, o que é mais comum, nunca ganharam uma versão em português, ganham um novo idioma. Isso acontece com mais frequência em RPGs, com o intuito de facilitar a vida dos jogadores que não sabem inglês ou então para tornar jogáveis os JRPGs que não foram lançados no Ocidente.

- Retradução: geralmente é feita em jogos que foram traduzidos de forma oficial, mas o trabalho é considerado de baixa qualidade pelos fãs. Acontece muito nas traduções do japonês para o inglês, mas já há casos de retraduções brasileiras (um exemplo famoso é a de Phantasy Star, do Master System).

- Mods: é a modificação das características originais de um jogo, e pode ou alterar sua dificuldade (como os mods de Final Fantasy VI) ou introduzir novas fases e/ou personagens. Alguns mods alteram tanto o jogo original que acabam por criar um jogo totalmente novo (o caso mais famoso é o de Counter-Strike, que surgiu como um mod de Half-Life).



O ROMhacking é pirataria?

Oficialmente, sim. Modificar o código-fonte de um jogo fere a Lei de Direitos Autorais (no Brasil, é a lei 9610 de 19/02/1998), mesmo que isso seja feito sem fins lucrativos. Além disso, os hacks usam personagens cujos direitos pertencem às softhouses.

Então ninguém pode fazer ROMhacking?
Mônica na Terra dos Monstros, do Master System (esq.), um hack oficial de Wonder Boy in Monster Land (dir.)

Não necessariamente. Pela lei, se o detentor dos direitos autorais autorizar a modificação, sem problemas. Aliás, isso já foi feito, tanto no Brasil quanto nos EUA: a Nintendo achou que a versão japonesa de Super Mario 2 não agradaria o mercado americano, e decidiu lançar nos states uma versão do game Doki Doki Panic com a turma do Mario no lugar dos personagens originais. No Brasil, a Tec Toy usou o ROMhacking para criar games com personagens brasileiros, como a série de games da Turma da Mônica (todos eram hacks da série Wonder Boy) e o game do Geraldinho, personagem criado pelo saudoso cartunista Glauco (era um hack de Teddy Boy). Até mesmo o Chapolim Colorado ganhou um game com essa técnica (um hack de Ghost House, do Mega Drive).
E os hacks não-oficiais? São bons?
Nem sempre o ROMhacking é um bom negócio...


Assim como nos games "originais", nem todos. Existem traduções que acabam dando problema: a de Terranigma, além de incompleta, buga todos os outros diálogos, e exite uma tradução de Zelda Link to the Past que trava uma estátua na última dungeon e torna impossível terminar o jogo. No mundo dos mods, exite um Sonic para SNES (!!!), que na verdade é um hack do game Speedy Gonzales, totalmente descaracterizado: Sonic ataca os inimigos com socos, não vira "bolinha" e tem que salvar vários Marios de jaulas.

0 comentários: